Desde aquele dia

     

       Daqui a uma semana completará 3 anos desde aquele dia. O dia em que eu disse para o médico que não sentia vontade de viver, o dia em que fui diagnosticada com depressão, o dia em que comecei a tomar remédio faixa preta pra me tratar. Além de Deus, nada mais me preenchia.

       Era dia 25 de Novembro, o dia do meu aniversário de 21 anos. Eu me sentia quebrada por dentro, mas queria reunir com minha família e meus amigos, eu não gostava de ficar sozinha. Estar  com quem me amava me ajudava a melhorar. 

       Além do meu irmão e do meu primo, alguns amigos foram comigo para a casa dos meus pais me ajudar a fazer uma decoração para minha festa. Quando estávamos lá o interfone tocou, tinha alguém me chamando. Quando cheguei no portão era a  entrega de um buquê de Rosas cor de rosa para mim, tinha até cartão.  Um presente dos meus pais e do meu irmão demonstrando que me amam. Eu nunca vou me esquecer daquele momento! Eu amo flores, foi tão inesperado e tão feliz! 

      Deus permaneceu ao meu lado quando eu achei que estava tudo acabado. Hoje eu estou bem melhor, a alegria voltou e sou grata por viver. O efeito dos remédios eram bons e ao mesmo tempo eles faziam mal à vida. Sou feliz por Deus e a Terapia terem me trazido a liberdade novamente. Por isso escolhi a presença de Deus como meu remédio, Ele sempre será a minha cura, meu refúgio e meu maior motivo para seguir em frente.

       Deus já sabia que eu seria apaixonada por flores, assim Ele me presenteou  me deixando nascer na Primavera. Faltam apenas 7 dias pra eu primaverar mais uma vez. E desde aquele dia até agora algumas coisas mudaram. Estou aprendendo a florescer até mesmo em outras estações do ano e vi que a minha felicidade depende totalmente de Deus e de mim mesma.

       Vou em um passo por vez, começo a aprender a ser feliz com a minha própria companhia e estou aprendendo a controlar a ansiedade. Resolvi que na minha mente só vão permanecer os bons pensamentos, e na minha  vida apenas aqueles que me amam sem precisar de motivos. Talvez essa seja a maior lição dos últimos tempos, perceber que não preciso de muitos, deixar ir embora os que estavam por conveniência e deixar ficar aqueles que Deus trouxe pra mim. Porque afinal, bons são os que me fazem sorrir e compartilham suas histórias comigo, aqueles que sinto vontade de estar junto e de abraçar. 

       Assim como fiz nos meus 14 anos, escrevo pois aguardo ansiosamente pelo meu próximo aniversário, estará completo mais um ano de amor por mim mesma.