sexta-feira, 24 de setembro de 2021

O que ninguém diz sobre o divórcio

Dói horrores. Por mais que tenha sido uma decisão baseada na infelicidade do casal, o divórcio não é motivo para comemoração. É um período de luto, onde há choros, angústia e feridas resultantes do relacionamento. 

Após dividir anos da vida com a pessoa que um dia se apaixonou, precisa aprender a ser sozinho, e isso traz uma sensação de solidão, que aos poucos torna-se solitude.

Casamento nenhum acaba da noite para o dia, mas acaba nas desavenças diárias, na falta de compreensão, de paciência, de gestos de carinho. 

Quando existe um looping, uma repetição de brigas ano após ano, de esgotamento, e adoece o casal, pode ser o início do fim. É necessário buscar ajuda. E foi o que fiz.. Cinco psicólogas, hipnoterapeuta, psiquiatras, neurologista, Ministério, família, amigos.. gritei para o mundo que eu não estava bem, e ele também não. 

Havia o medo das consequências e do julgamento alheio. Foi preciso muita força para quebrar paradigmas, e assim o fizemos. Com a decisão de sempre buscar a Deus, colocando-o como fonte de amor e luz, sabendo que a nossa prioridade é o céu, seguimos com nossa espiritualidade, cada um em seu caminho.

O divórcio pode ser uma válvula para aliviar a pressão insuportável e o fim de violências psicológicas. Mas também resulta em traumas, medos, sensação de fracasso. Ele faz com que sua vida termine por um momento, e tenha que reconstruir tudo do zero.

Ter uma rede de apoio é essencial! Só consigo passar pelo processo de recomeço, pois tenho Deus e pessoas que me amam cuidando de mim. Vejo o agir do Senhor em cada mensagem, encontros, visitas, cultos. Ouço a sua voz claramente e isso me sustenta de pé. 

"Nem para o meu pior inimigo", essa é uma frase que se encaixa bem aqui. Eu não desejo o divórcio para ninguém. É algo que nunca se apaga da história, memórias foram criadas, e momentos bons também existiram. 

Eu desejo que o amor verdadeiro encontre o coração de cada um e que a esperança nunca se acabe. Desejo que exista maturidade na escolha e guia do Espírito Santo nas decisões. Desejo que ao se deparar com dificuldades, tenha profissionais para auxiliar. Deus deixou a ciência para contribuir, use-a. Pois uma mudança tardia, pode não ser suficiente para restaurar.

Se me arrependo do divórcio? Não. Estou recuperando minha saúde mental, me conhecendo e aprendendo a cuidar de mim. Entendo que antes de eu querer ter alguém ao meu lado, preciso ser autossuficiente e ser a razão da minha felicidade. Tenho que ser completa, para só depois ter alguém que me transborde. 

É um desafio diário. Guerra espiritual se levanta. Luta entre carne e espírito. Mas eu escolho Deus. Escolho a Graça e  busca constante pela salvação da minha alma.

Autoresponsabilidade é saber que eu errei, falhei, não dei o meu melhor em alguns momentos. E é também a decisão de me acolher: eu escolho evoluir, aprender, reconheço a minha imperfeição e busco crescer em espiritualidade e inteligência emocional. 

O melhor ainda está por vir, eu creio...

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